Vereadoras homofóbicas e criminosas atacam a comunidade LGBTQIPNA+ em Araras -SP

Criminosas atacam a comunidade LGBTQIPNA+ em Araras-SP

No ano de 2023, vivemos em uma sociedade que ainda persiste em permanecer presa ao passado. Pessoas influentes utilizam seu poder de fala para excluir, diminuir e desqualificar outras pessoas, principalmente ao proferirem discursos machistas e misóginos. É surpreendente quando mulheres perpetuam essas atitudes. Em Araras, SP, vereadores do PSD emitiram a Moção de Repúdio 112/2023, assinada por Manoel Oliveira Santos Filho, Deise Aparecida Olimpio de Oliveira, José Roberto, Marcelo de Oliveira e Maria do Socorro Paiva.

O repúdio e as contradições das vereadoras

A carta em questão repudia veementemente a participação de crianças e sua utilização para difundir ideologias de apoio à comunidade LGBTQIA+. Maria do Socorro, vereadora, afirmou que a defesa parlamentar cristã se opõe a qualquer movimento que instrumentalize crianças para disseminar ideologias, especialmente no que diz respeito à questão da transição de gênero em crianças e adolescentes. Ela reforçou o compromisso de proteger as crianças e suas inocências.

No entanto, é importante ressaltar que a ABRAI atende mais de 200 crianças intersexo, muitas das quais foram forçadas a passar por transições de gênero devido à negligência médica. Curiosamente, essas crianças e a própria ABRAI nunca receberam apoio ou proteção por parte desses vereadores que alegam compromisso com a proteção das crianças. Essa contradição é bastante evidente não é mesmo?

Ademais, Maria do Socorro acrescentou que faz valer os direitos fundamentais estabelecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente. No entanto, é contraditório afirmar isso, uma vez que quem realmente apoia a causa intersexo sabe que essas pessoas possuem poucos direitos conquistados pela ABRAI.

A vereadora Deise afirmou que a sociedade brasileira não aceita o uso de imagens de crianças e adolescentes para promover o movimento, principalmente para esse tipo de campanha. No entanto, é válido questionar onde está essa mesma sociedade quando se trata de reconhecer a existência e os direitos das pessoas intersexo.

Infringindo leis e associando pornografia à causa LGBT+

É ainda mais alarmante que a vereadora tenha classificado o movimento LGBTQIA+ como uma aberração. Essas declarações homofóbicas e criminosas são inaceitáveis. É imprescindível combater a discriminação e o preconceito em nossa sociedade. Devemos responsabilizar os responsáveis por esses discursos e promover uma cultura de inclusão e respeito, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero.

A voz da moradora: Uma mãe de um homem trans que se indigna

Diante dessa realidade, é importante dar voz à moradora, uma mãe de um homem trans, que se sente profundamente indignada. Embora ela não se identifique como parte da comunidade LGBT+, seu filho pertence a essa comunidade, o que a leva a apoiar a causa. Ela expressa sua chocante surpresa diante dessa moção, que considera completamente preconceituosa e uma violação da Lei 7716, que abrange o combate ao racismo, à homofobia e à transfobia. A moradora espera que medidas sejam tomadas para reverter essa situação. Ela também destaca a associação feita pelos vereadores entre pornografia e a causa LGBT+, o que torna a ação ainda mais grave e assustadora.

Em suas próprias palavras, a moradora acrescenta: “Como pode uma cidade tão bem localizada geograficamente compactuar com tal tipo de crime?”

A luta contra o preconceito: ABRAI denuncia e não se cala.

Diante de declarações homofóbicas e criminosas como essas, é inaceitável ficar em silêncio. É necessário combater a discriminação e o preconceito em nossa sociedade. Devemos responsabilizar os responsáveis por esses discursos e promover uma cultura de inclusão e respeito, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero. A ABRAI, como defensora da causa, está determinada a denunciar e resistir a essas atitudes, reafirmando seu compromisso na luta contra o preconceito. É por esse motivo que nós, da ABRAI, estamos aqui. Nós existimos, denunciamos e não nos calamos! Nada nos deterá!

 

 

 

 Lucas Bafoni Jornalista MTB 00094698/SP

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