Um Tipo de Diabetes Ainda Subdiagnosticado na Prática Clínica

15 de junho de 2018 | Artigos | por Dionne Freitas

O termo MODY (Maturity Onset Diabetes of the Young) surgiu pela primeira vez nos anos 60, englobando um grupo de doenças monogénicas de transmissão autossómica dominante e apresentação clássica em adolescentes ou adultos jovens. A diabetes tipo MODY constitui cerca de 1-2% de todos os diagnósticos de diabetes na Europa. Atualmente encontram-se caracterizados 14 genes responsáveis por esta patologia, os quais resultam em apresentações clínicas muito heterogéneas, sendo as mais comuns mutações nos genes da glucocinase (MODY 2) e Hepatocyte Nuclear Factor 1α/4α (MODY 3 e MODY 1). Os doentes podem apresentar ou não sintomatologia clássica da diabetes e um dos grandes desafios é o diagnóstico diferencial com a diabetes tipo 1 e tipo 2, pelas características fenotípicas sobreponíveis. Neste sentido, o teste genético afigura-se
como muito importante, na medida em que fornece não só uma vantagem terapêutica (doentes com MODY 1 e MODY 3 erradamente diagnosticados como diabetes tipo 1 poderão abandonar a terapêutica com insulina de forma segura, uma vez que apresentam elevada sensibilidade ao
tratamento com sulfonilureias), como também uma determinação do prognóstico e necessidade de vigilância de complicações microvasculares e extra-pancreáticas (o MODY 5 tem elevada incidência de patologia renal não-diabética), passando pela orientação de familiares e decisão acerca
de instituição de terapêutica durante a gravidez. Esta revisão pretende reunir e resumir a informação existente acerca dos subtipos de MODY já conhecidos, diagnóstico diferencial, complicações e terapêutica, bem como a importância do teste genético e implicações desta patologia no feto.

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