Perfil clínico de 62 casos de distúrbios da diferenciação sexual

4 de dezembro de 2008 | Artigos | por Dionne Freitas

Vale lembrar que a questão Intersexo no Brasil, vem apenas mudando agora, com o levante do movimento social que tem possibilitado que as produções internacionais que analisam a corporeidade Intersexo a partir do olhar da bioética, cheguem ao Brasil, o cenário atual ainda trata a intersexualidade como patologia sem capacidade de autonomia e autodeterminação de gênero. Com essa mudança, a discussão não parti mais de uma narrativa patológica, mas que permita a autonomia do sujeito, impedindo a violação da integridade física e os direitos sexuais e reprodutivos da pessoa Intersexo. Porém infelizmente ainda vocês vão se deparar com artigos que ainda patologizam os corpos intersexo no Brasil. Como esse a seguir, sendo importante que essa analise seja feita para entender o porque da busca da autonomia das pessoas intersexo.

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Resumo
Objetivo: Descrever o perfil clínico dos casos de distúrbios da diferenciação sexual em acompanhamento no Instituto
Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione, no Rio de Janeiro, nos últimos cinco anos.
Métodos: Revisão dos prontuários dos pacientes, com o diagnóstico de genitália ambígua em acompanhamento nos
últimos cinco anos, segundo os critérios clínicos descritos por Danish, em 1982. O registro mais antigo foi feito em
1981 e o mais recente de junho de 2006.
Resultados: Foram encontrados 62 casos de genitália ambígua: 26 com registro do sexo feminino e 36 com registro do sexo masculino. O diagnóstico mais freqüente foi o de hiperplasia congênita de supra-renal (33,9%), seguido
de quadros sindrômicos (14,5%) e disgenesias gonadais (9,7%). A média de idade ao diagnóstico foi de 7,2 anos (de
zero a 42 anos).
Conclusões: A ambigüidade genital não é uma doença específica, mas um conjunto de alterações que direcionam
o clínico a buscar diagnósticos específicos. A freqüência dessa afecção depende dos critérios diagnósticos utilizados.
A adoção de critérios amplos aumenta a chance de detecção precoce do quadro bem como de cuidado adequado a crianças com distúrbios da diferenciação sexual.

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