O que dá humanidade ao corpo? Desdobramentos do sexo-gênero para o reconhecimento da intersexualidade

25 de novembro de 2019 | Artigos | por Dionne Freitas

Esta tese possibilitou uma investigação sobre corpo, sexo, gênero e reconhecimento com objetivo de problematizar e analisar as práticas discursivas que envolvem a intersexualidade. Para tanto, documentos médicos, jurídicos e dados produzidos pelo DataSus foram analisados com intuito de interpretar os discursos que produzem invisibilidade do corpo intersexo. Nesse sentido, a pesquisa compreende que a intersexualidade aparece como desmonte da ficção biológica binária instaurada nos corpos “ditos” masculinos e femininos, pois mostra um sexo que não se encerra na diferença sexual. Trata-se de um continnum corporal naturalmente apresentado pelo corpo biológico. Metodologicamente, a intersexualidade encadeia discursos e saberes distintos e permite como produção narrativa transitar nos distintos campos, por isso buscou-se nessa investigação articular entre análise de documentos a observação de dois hospitais na cidade do Natal/RN, entrevistas semiestruturada com profissionais da área de saúde dos hospitais observados e um estudo de caso com um jovem intersexo potiguar a fim de localizar a intersexualidade no RN. A partir dos estudos queer a pesquisa pensa sexo e gênero como categorias significadas por meio da cultura e do diálogo com Mauro Cabral (2005), Aníbal Guimarães (2014), Paula Sandrine Machado (2005, 2008) fornecem uma reflexão crítica e sociológica sobre a experiência intersexo, procurando atravessar os discursos que regulam e esquartejam os corpos intersexos na pretensão de (re) criar um sexo em congruência com o gênero na lógica heteronormativa.

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