Hermafroditismo Verdadeiro: Diagnóstico e Tratamento

8 de setembro de 2004 | Artigos | por Dionne Freitas

Vale lembrar que a questão Intersexo no Brasil, vem apenas mudando agora, com o levante do movimento social que tem possibilitado que as produções internacionais que analisam a corporeidade Intersexo a partir do olhar da bioética, cheguem ao Brasil, o cenário atual ainda trata a intersexualidade como patologia sem capacidade de autonomia e autodeterminação de gênero. Com essa mudança, a discussão não parti mais de uma narrativa patológica, mas que permita a autonomia do sujeito, impedindo a violação da integridade física e os direitos sexuais e reprodutivos da pessoa Intersexo. Porém infelizmente ainda vocês vão se deparar com artigos que ainda patologizam os corpos intersexo no Brasil. Como esse a seguir, sendo importante que essa analise seja feita para entender o porque da busca da autonomia das pessoas intersexo.

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Na maior parte do mundo, o Hermafroditismo Verdadeiro (HV) é uma causa rara de ambigüidade genital, variando de 2% a 10%; no entanto, na África do Sul, corresponde a cerca de 50% dos casos de intersexo. Está incluído entre os distúrbios da determinação gonadal, porém com etiopatogenia ainda desconhecida . Clinicamente, pode se apresentar com os mais variados graus de ambigüidade genital, ou, até mesmo, durante a puberdade, com o aparecimento de características heterossexuais, ou, ainda, na vida adulta, com infertilidade ou neoplasia gonadal. O diagnóstico é realizado com a comprovação histológica de tecido gonadal masculino e feminino no mesmo indivíduo, não necessariamente na mesma gônada (ovotéstis). O tratamento clínico (reposição hormonal) e cirúrgico (correção da genitália interna e externa) vai depender da opção do sexo de criação a ser definida pela equipe médica em conjunto com a família; decisão está nem sempre fácil de ser feita.

 

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