Diferenciação Sexual

15 de abril de 2021 | Notícias | por Dionne Freitas

Vale lembrar que a questão Intersexo no Brasil, vem apenas mudando agora, com o levante do movimento social que tem possibilitado que as produções internacionais que analisam a corporeidade Intersexo a partir do olhar da bioética, cheguem ao Brasil, o cenário atual ainda trata a intersexualidade como patologia sem capacidade de autonomia e autodeterminação de gênero. Com essa mudança, a discussão não parti mais de uma narrativa patológica, mas que permita a autonomia do sujeito, impedindo a violação da integridade física e os direitos sexuais e reprodutivos da pessoa Intersexo. Porém infelizmente ainda vocês vão se deparar com artigos que ainda patologizam os corpos intersexo no Brasil. Como esse a seguir, sendo importante que essa analise seja feita para entender o porque da busca da autonomia das pessoas intersexo.

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O momento do nascimento de uma criança reveste-se de expectativas e de festas. Portanto, quando o médico constata uma ambigüidade genital, pode-se criar uma sensação de pânico que, às vezes, inconscientemente, é traduzida numa perigosa e inadequada resposta à indagação da família quanto ao sexo do bebê. Neste momento, todos os conhecimentos desenvolvidos pelas pesquisas clínicas e experimentais, tanto no âmbito da etiopatogenia e diagnóstico, como no tratamento e evolução, devem ser colocados em prática. Dessa forma, o que deve ser feito é examinar cuidadosamente a criança, em especial a genitália externa, e conversar com a família para ter dados de história clínica que possam auxiliá-lo no diagnóstico. Uma vez constatada a ambigüidade, a família deve ser orientada para não registrar a criança até que mais exames possam elucidar o quadro. Não há quadro clínico típico de qualquer etiologia de ambigüidade genital. Pela freqüência entre as causas de ambigüidade genital (especialmente naquelas sem gônadas palpáveis) e pela gravidade (nos casos de perda de sal), a possibilidade diagnóstica de hiperplasia congênita das supra-renais deve ser sempre lembrada e excluída clinica e/ou laboratorialmente. Propõe-se que a investigação de uma ambigüidade genital inicie-se, pelo cariótipo.

 

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