Cada nascimento de uma criança intersexual é um tapa na cara da sociedade: uma reflexão sobre religião e gênero na sociedade brasileira
A presente tese de doutorado é uma reflexão sobre a intersexualidade diante da complexidade do sistema religioso brasileiro marcadamente cristão. Nessa reflexão questões diversas são suscitadas, envolvendo sexualidades consideradas periféricas ao sistema patriarcal. Essas sexualidades periféricas entram no debate político e acadêmico, seja através do movimento feminista, dos coletivos LGBTQIA+ e da teoria queer. A luta por direitos políticos desses segmentos tem encontrado forte resistência de setores conservadores. Nesse sentido identifica-se nas religiões um sistema reativo às conquistas de mulheres, dos coletivos LGBTQIA+. As religiões fornecem suporte a setores conservadores, que se organizam no cenário político institucional, interceptando avanços na área dos direitos humanos e na promulgação da laicidade do estado. Essa pesquisa visa fornecer subsídios para entender o aumento da intolerância no Brasil, um país com alto índice de violência fatal sobre coletivos LGBTQIA+ e sobre as mulheres, de acordo com dados apresentados na tese. Ao mesmo tempo, pretende também redimensionar o sistema cultural brasileiro a partir de sua posição periférica, de fortes traços pós-colonialista, diante do sistema neoliberal central europeu e norte-americano.
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