Bioqueer em: Diversidade dos Sexos.

O material busca aproximar a biologia das discussões sobre sexo, gênero e diversidade corporal, promovendo uma leitura acessível e crítica sobre o desenvolvimento sexual humano.

8 de novembro de 2025 | Artigos, Informativos, Publicações | por Dionne Freitas

Bioqueer, formado pela Êfeh Victorio M. Crempe, Caio César Souza Coelho, João de Deus de Souza Paiva, Lucas Garcia Alves Ferreira e Roseli Soncini, com revisão técnica de Thais Emilia de Campos dos Santos, fundadora e presidente da Associação Brasileira de Intersexos (ABRAI), professora universitária, doutora e mestra em Educação pela UNESP.

O material busca aproximar a biologia das discussões sobre sexo, gênero e diversidade corporal, promovendo uma leitura acessível e crítica sobre o desenvolvimento sexual humano. A narrativa é conduzida por Anne, personagem bióloga e feminista que convida o leitor a repensar as ideias tradicionais de masculino e feminino e a reconhecer a complexidade biológica dos corpos.

Desde o início, a cartilha desconstrói a noção de que o sexo biológico se limita a “macho” e “fêmea”. Com linguagem simples e recursos visuais, explica o processo de determinação e diferenciação sexual, destacando a atuação do gene SRY e os fatores hormonais envolvidos. Também aborda o dimorfismo sexual e suas limitações, evidenciando que há uma ampla gama de variações corporais naturais.

Um dos pontos centrais é a explicação sobre as Diferenças de Desenvolvimento do Sexo (DDS) — variações intersexo , apresentadas como expressões legítimas da diversidade biológica humana. Ao abordar o tema de forma científica e humanizada, a cartilha combate visões patologizantes e defende uma educação inclusiva e livre de preconceitos.

O grupo Bioqueer também articula sexo e gênero como dimensões complementares: enquanto o sexo envolve aspectos biológicos (cromossômico, gonadal, fenotípico, hormonal e cerebral), o gênero é compreendido como uma construção social e cultural. Essa abordagem interdisciplinar amplia o entendimento sobre corpos e identidades humanas.

Com a revisão de Thais Emilia de Campos dos Santos, reconhecida por sua atuação na defesa dos direitos das pessoas intersexo, o material ganha credibilidade científica e compromisso ético.

Visualmente envolvente e pedagogicamente inovadora, a cartilha se afirma como uma ferramenta de alfabetização científica e social, reforçando a importância de um ensino de biologia que valorize a diversidade, a inclusão e o respeito às múltiplas expressões do ser humano.

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