A Parada LGBTQIAPN+ de São Paulo: Celebrando a Diversidade, Inclusão Intersexo e União com o Grupo Mães pela Diversidade

12 de junho de 2023 | Imprensa, Notícias, Publicações | por Thais Emilia

 A Parada LGBT+ de São Paulo: Celebração da Diversidade e Visibilidade Intersexo

Ontem ocorreu a maior Parada LGBT+ do mundo em São Paulo. A diversidade foi um destaque importante, com vozes intersexo pedindo reconhecimento e visibilidade. Durante o evento, a ABRAI e a ABRASSIT estiveram presentes na Feira Cultural do Memorial da América Latina, oferecendo orientações sobre bebês intersexo e um estande com venda de livros e informações.

Na abertura da Parada, a presidente da ABRAI, Thais Emília Santos, junto com seu marido Elisberto Santos, carregaram as bandeiras do Brasil e da causa intersexo. Essa ação simbólica ressalta a representatividade da diversidade na comunidade LGBT+.

 

Celebrando a Diversidade e Visibilidade Intersexo na Parada LGBT+ de São Paulo

Ao longo dos anos, a Parada LGBT+ de São Paulo tem sido um evento de comemoração, luta e reivindicação por igualdade e respeito. Neste ano, em particular, a presença e visibilidade das pessoas intersexo trouxeram à tona uma reflexão importante. Por conseguinte, isso levanta a necessidade urgente de inclusão e reconhecimento de suas vivências.

A diversidade, sem dúvida, é o que nos torna únicos. Dessa forma, ao acolher e valorizar as vozes intersexo, estamos construindo uma sociedade mais justa e plural. Portanto, é imprescindível que as pautas intersexo sejam não apenas ouvidas, mas também compreendidas e amplamente debatidas. Afinal, isso promoverá uma cultura de respeito e aceitação, beneficiando a todos.

 União de Mães pela Diversidade e ABRAI na Abertura da Parada LGBT+ de São Paulo

A presença de Rachel Rocha, do Mães pela Diversidade, na abertura da Parada LGBT+ de São Paulo reforça, portanto, a relevância das mães e famílias na luta pela diversidade e aceitação. Além disso, essa parceria proporciona, assim, um ambiente acolhedor e inclusivo para todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Durante sua participação na abertura da Parada LGBT+ de São Paulo, Rachel Rocha, representante do Mães pela Diversidade, expressou, em uma entrevista exclusiva, sua determinação em lutar pela visibilidade e reconhecimento das pautas intersexo. Segundo ela, “A ideia é brigar muito por isso para que no próximo ano tenhamos ainda mais visibilidade. Além disso, é importante que a ABRAI e a ABRASSIT possam ocupar outros espaços. Vale ressaltar que, há 10 anos, a Parada não tinha pautas políticas, mas hoje ela desempenha um papel importante nisso. Principalmente após quatro anos de uma política ultrapassada, marcada por perda de direitos, discursos de ódio e desconstrução de políticas públicas. Agora, mais do que nunca, é hora de celebrar um novo Brasil.”

A Parada LGBT+ de São Paulo representa, desse modo, um espaço de transformação social. Dessa forma, ao abraçar as pautas intersexo, reafirma-se, consequentemente, o compromisso com a construção de um país mais inclusivo. Portanto, é fundamental que a união e a luta por um Brasil mais igualitário sejam fortalecidas e, além disso, que esses esforços transcendam os limites do evento.

Vozes Intersexo na Parada LGBT+: Desafiando a Invisibilidade e Promovendo a Aceitação

Também contou com a presença de ativistas, como Mayara Natale, uma mulher intersexo, que compartilhou uma frase poderosa: “Somos invisíveis para quem nos faz invisíveis”. Mayara enfatizou a importância de estar presente em um evento com mais de 4 milhões de pessoas, onde muitos questionam o que significa ser intersexo. Segundo ela, é crucial afirmar quem eles são, pois muitas pessoas não têm interesse em conhecer as nossas condições, justamente por não se tratar de uma orientação sexual. Mayara compartilhou uma experiência em que uma pessoa (uma repórter que se diz ativista na causa intersexo) passou por ela, passando por debaixo da bandeira, e não lhe deu a devida atenção. Para as pessoas ao seu redor: “Só é invisível nossa militância para quem não quer nos enxergar”.

Pan, participou do trio pela primeira vez, valorizando a diversidade de pessoas presentes, incluindo pansexuais e bissexuais. Pan destacou a importância de ocupar mais de uma letra na comunidade LGBTQIAPN+ e ressaltou a interação com outras letras no evento.

Dan compartilha sua experiência no trio da prefeitura I, onde percebeu que poucas pessoas tinham conhecimento sobre a pauta intersexo. Muitas delas, ao verem a bandeira intersexo destacada, questionavam o seu significado. Devido ao alto volume do som, não era possível explicar ali a complexidade dessa luta, mas gritar com fervor “INTERSEXO” foi libertador. Sentiu como se tantos silêncios pudessem finalmente ressoar para literalmente milhões de pessoas.

Inclusão e Celebração: A Luta Intersexo na Parada LGBT+ de São Paulo

No trio, Dan não teve companheiros de luta intersexo, mas considerou simbólico ter Alessandra (Transcidadania) como parceira de trio, festa e afeto. Alessandra é uma mulher trans com dificuldades de locomoção, e suas vivências se entrelaçam com as lutas diárias dentro do movimento intersexo. Dan se encontrava entre a vontade de dançar, extravasando a alegria, e a exaustão de uma intensa semana de trabalho. Admirava os rostos na multidão que acenavam com surpresa para a bandeira intersexo, sentindo-se emocionado diante dessa reação.

 

 

 

Matéria produzida e editada por: Lucas Bafoni Jornalista MTB 00094698/SP.

Apoie a ABRAI

Para manter os seus canais de informação, oferecer cursos e palestras ou ajudar diretamente pessoas Intersexo em situação de fragilidade física e psicológica, a ABRAI precisa de fundos. Veja como ajudar.